domingo, 7 de agosto de 2016

VOCÊ SABE QUAL O CAMINHO PERCORRIDO PELO SEU VOTO?


A maior parte da Sociedade Muanense pensa que o voto vai diretamente para o candidato, mas aí existe um “detalhe” ao qual é preciso ficar atento: a apuração dos votos em eleições majoritárias (como de prefeito) é muito diferente da apuração em eleições proporcionais (é o caso da eleição de vereadores).
Quando se trata de eleger prefeito municipal, os candidatos disputam uma única vaga, sendo eleito quem obtiver a maioria dos votos, por isso é uma eleição majoritária. Já na eleição de vereadores, os candidatos e candidatas disputam várias vagas, e por isso é uma eleição proporcional. Aqui vem o “detalhe” que precisamos conhecer, para não nos deixarmos enganar por políticos espertalhões.
Pois bem, as vagas na Câmara Municipal não são preenchidas pelos candidatos com maior número de votos, e sim pelo total de votos dados aos candidatos do mesmo Partido (isoladamente ou coligados- mas, para simplificar, deixo de lado a coligação). Ou seja, cada Partido soma a votação de todos os seus candidatos mais os votos na legenda. Se um Partido não alcançar o quociente eleitoral, não elegerá vereador e seus votos se “perdem”.
É na distribuição das vagas a que tem direito o Partido, que valem os votos nominais. Se o Partido tiver direito a 3 vagas, serão eleitos os 3 candidatos mais votados do Partido, ficando os seguintes mais votados como 1º, 2º e 3º suplentes. Esse sistema eleitoral contribui para garantir a representatividade dos cidadãos, porque o voto dado a um candidato menos votado ajuda a eleger outro candidato do mesmo Partido. Como os Partidos devem ter o mesmo ideário político, podemos esperar que todos os candidatos e candidatas do mesmo partido se identifiquem com o seu projeto. Daí a importância de terem os candidatos a mesma identidade partidária, não reduzindo o Partido a uma simples legenda eleitoral. Havendo coerência partidária, não existe “voto perdido” em eleições proporcionais (exceto quando o Partido não alcança o quociente eleitoral).
Mas esse sistema pode também distorcer a representatividade ao facilitar a eleição de políticos profissionais que estimulam a candidatura de pessoas desinformadas, somente para acrescentarem votos ao seu Partido. Tais políticos induzem pessoas estimadas em suas comunidades a se candidatarem à Câmara de Vereadores, porque elas trazem votos sem com tudo colocarem em risco seu favoritismo. Passadas as eleições, essas pessoas podem descobrir que foram usadas apenas como alavancas eleitorais.
Talvez você conheça um desses casos em que a politicagem prejudica as comunidades: uma pessoa de liderança se candidata a vereador, vê seus votos favorecerem quem não merece e frustra-se com a política. Isso não acontece com quem sabe que sua candidatura visa apenas colaborar com seu Partido. Quando, porém, a pessoa é envolvida na campanha na ilusão de conseguir eleger-se, a frustração pode ser grande. Em geral, sua campanha não destaca o Partido, mas sim sua vida pessoal e familiar, sua participação na Igreja, sua honestidade pessoal e outros temas alheios à política. Por isso não são raros os casos em que líderes usados para alavancarem campanhas de políticos profissionais provocam divisões na comunidade.
É evidente que os cristãos leigos e leigas podem e devem participar de campanhas eleitorais, mas é preciso que essa participação tenha bem clara as regras do jogo eleitoral. E nunca esquecer a recomendação de Jesus: “Eis que vos envio como ovelhas no meio de lobos; sede pois, prudentes como as serpentes e simples como as pombas” (Mt. 10, 16).
Entender o atual sistema eleitoral, com suas regras de afiliação partidária e apuração dos votos, é importante para saber qual será o destino do nosso voto. Voto para vereador não se “perde”, porque conta como legenda para um Partido. Informar-se sobre os outros candidatos lançados pelo Partido do candidato em quem desejamos votar, é tão ou mais importante quanto informar-se sobre suas qualidades e sua capacidade para o exercício de cargo político. Não esquecer que o voto vai primeiro para o Partido e só depois para o candidato.


DO AMIGO EDY!

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